Sempre começa com aquela sensação na boca do estômago, como algo acontecesse de surpresa, euforia, a mesma sensação que eu sinto quando sonho que estou caindo de um lugar bem alto, como andar de montanha russa, sabe do que estou falando? Parece que tive uma grande idéia e que vai dar certo, e que vou perseverar até o fim...
Eu sempre adorei a chuva, quando eu era criança eu adorava correr pelo meu bairro brincando de pique pega com as minhas amigas e pedindo á Deus que a chuva nunca acabasse, pensando bem tudo de bom que aconteceu na minha vida foi em dia de chuva.
No meu bairro não havia muitas casas, eu morava no centro da cidade não tinha amigos por perto, todos eles moravam longe, mas sempre que eu convidava alguém para passar o final de semana na minha casa nunca negavam.
A situação financeira dos meus pais era boa, minha mãe era professora e o meu pai era dono de um depósito de material de construção o maior da cidade ele revendia para os outros menores, sempre tive o que quis, mas não era esnobe e nem mimada, meus defeitos era tantos outros.
Aos onze anos eu me sentia muito sozinha, meus pais trabalhavam muito e eu passava o dia inteiro sozinha com a empregada, nessa época só tinha ela como amiga, pois os meus irmãos eram mais velhos do que eu a Rô tinha dezesseis e o Joaquim tinha catorze mesmo às diferenças de idade não serem tão grande, para eles brincar com a irmã caçula era pagar mico.
Já com doze anos as coisas foram mudando muito eu fui para o sexto ano conheci a Júlia e nos tornamos amigas de cara, acho que as nossas diferenças nos aproximaram, eu sempre fui gordinha e ela muito magra, tipo a azeitona e o palito, era esquisito duas pessoas tão diferentes fisicamente serem tão amigas, éramos inseparáveis, minhas outras amigas eram minhas primas, não éramos tão chegadas como eu e a Júlia essa amizade, eu pensava que era pra sempre.
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